PLANEJAMENTO – Ministério da Saúde pretende flexibilizar isolamento a partir de 13 de abril
O Ministério da Saúde está se preparando para recomendar um relaxamento das medidas de isolamento social a partir de 13 de abril nos estados e municípios onde a capacidade de atendimento na saúde não estiver comprometida nesta data.
Um boletim epidemiológico publicado na última segunda-feira (6), diz que, daqui a uma semana, caso o número de casos confirmados pelo novo coronavírus não tiver impactado em mais de 50% a capacidade instalada existente antes da pandemia, poderá haver uma transição nesses locais.
Caso esse cenário se confirme, as unidades da federação poderão passar do que a pasta chama de “distanciamento social ampliado” (em que todas as pessoas são orientadas a permanecer em casa) para o “distanciamento social seletivo” (em que apenas idosos e pessoas com doenças crônicas ficariam nas suas residências, liberando a circulação do restante da população).
Em nenhum caso, por enquanto, o ministério prevê a necessidade de “bloqueio total”, o “lockdown”, em que “todas as entradas do perímetro são bloqueadas por profissionais de segurança e ninguém tem permissão de entrar ou sair do perímetro isolado”.
A pasta diz que o objetivo do distanciamento seletivo é “o retorno das atividades laborais com segurança, evitando uma explosão de casos sem que o sistema de saúde local tenha tido tempo de absorver”. Sua vantagem é a retomada da atividade econômica e a desvantagem é que grupos de risco podem continuar em contato com infectados.
Hoje, em entrevista à imprensa, o secretário de Vigilância da Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou que o governo “está fazendo de tudo” para que as medidas de isolamento já implementadas “sejam minimizadas ao máximo possível”.
“É um começo de flexibilização para uma transição gradual, de onde está implementado um distanciamento social ampliado, como São Paulo e Distrito Federal — migrar gradualmente e com segurança, para o distanciamento social seletivo”, disse.
As duas unidades da federação citadas, no entanto, ainda não compraram a ideia. Hoje, João Doria anunciou que a quarentena em São Paulo vai até o dia 22 de abril, com liberação apenas de serviços essenciais. No DF, Ibaneis Rocha decretou na semana passada que as medidas de restrição vão pelo menos até o dia 3 de maio.