Merendeiras da rede municipal competirão por vaga na final de concurso
Com premiação de até R$ 5 mil, concurso busca incentivar a inovação e qualificação continuada das merendeiras
Três merendeiras da rede municipal de ensino competirão no dia 7 de outubro por uma vaga na final do Concurso de Merendeiras, realizado pelo Senac, Sebrae e Embrapa. A vencedora da semifinal levará para casa um prêmio de R$ 500, podendo faturar até R$ 5 mil reais caso vença a final, onde competirá com os vencedores de outros municípios de Alagoas.
Além do espírito competitivo, o concurso serve para incentivar a criação de novas receitas e a capacitação dos trabalhadores das cozinhas das escolas municipais. Na primeira fase, todos os merendeiros da rede podiam se inscrever na competição, e três receitas foram selecionadas para lutar por uma vaga na final.
O concurso é organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Alagoas (Senac-AL), pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae-AL) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nessa etapa, competirão as merendeiras Ariane Rafaelle Carlos Aires, Lidyane Cristina de Oliveira Silva e Yolanda Maria do Nascimento. Elas preparam as refeições dos estudantes da Escola Municipal Doutora Nise da Silveira, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) José Madltton Vitor da Silva e da Escola Municipal Olavo Bilac, respectivamente. Todas as selecionadas estão recebendo todo o apoio do Setor de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Os técnicos do setor dão diversas orientações, como atestar o valor nutricional dos alimentos e se estão de acordo com os padrões exigidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Quanto mais produto da agricultura familiar a receita tiver, melhor, e há alimentos proibidos pelo Programa, como os processados e ultraprocessados”, detalha a técnica Ana Denise Gouvêa, que orienta duas finalistas.
Ela pontua que o objetivo final do concurso não é premiar o alimento meramente por seu sabor, mas sim o que mais contribuir para a alimentação escolar. “Ela tem que ser de fato uma receita prática, que possa ser replicada em várias escolas da rede e que siga a legislação do Programa”, explica.
Lidyane Cristina de Oliveira é uma das merendeiras que compete na semifinal e que está sob a orientação de Ana Denise. Há três anos atuando no CMEI, ela irá competir com uma receita autoral: a “canjiçã”. Ela explica que a receita segue todas as regras do Pnae.
“Se trata de uma canjica de milho adoçada com geleia de maçã, seguindo as últimas normas do Programa, que diz que as crianças de 0 a 3 anos não podem ingerir açúcar na merenda escolar”, conta a merendeira. “É uma receita regional, sem produtos processados e com ingredientes oriundos da agricultura familiar. Não tem lactose ou glúten, então atenderá um público muito amplo, além de ser de baixo custo e saborosa”, completa.
Ariane Rafaelle Carlos Aires fez uma receita de feijão nutritivo sustentável. O prato leva o tradicional feijão do almoço brasileiro com raízes e ervas típicas do Nordeste. “Participar está sendo uma experiencia muito boa. Em todo meu tempo de rede, nunca estive em algo parecido e estou me desafiando todo dia, tentando me reinventar”, relata.
Também técnico da secretaria, Marcos Sampaio está há 16 anos no Setor de Alimentação Escolar e orienta Yolanda Maria dos Santos, vencedora na última edição da competição. “Está sendo maravilhoso, é como reviver o que aconteceu ano passado. Sempre melhora o vínculo entre as nutricionistas e as merendeiras, e coloca em prática a nossa capacitação anual com elas”, diz. “É uma forma de valorizar também o trabalho delas, que é árduo”, finaliza.
Yolanda trouxe uma receita de mini almôndegas de frango surpresa, purê e macarrão com um molho diferenciado. Ela batizou a receita de “Os Queridinhos Brasileiros”, e espera repetir neste ano o desempenho da competição do ano passado. “É um incentivo muito importante para a gente. Mostramos ali que fazemos mágica na cozinha, que somos encantadoras de crianças”, relata Yolanda.
Luan Oliveira (estagiário)/Ascom Semed