MAQUIANDO NÚMEROS!
No Brasil, especialmente em Alagoas, confiar nas pesquisas de intenção de voto pode ser uma tarefa complexa. Apesar de existirem institutos comprometidos com a verdade, muitos se mostram mais interessados em manipular o eleitorado do que em apresentar uma imagem fiel da realidade. Neste contexto, a verdade torna-se um conceito nebuloso, gerando crescente desconfiança entre cidadãos e políticos.
Institutos de pesquisa frequentemente contratados por partidos ou grupos de interesse acabam atuando mais como ferramentas de manipulação do que como reflexos autênticos da opinião pública. Essa distorção do processo democrático contribui para um ambiente político cada vez mais confuso.
Dois exemplos recentes evidenciam essa problemática. Em Murici, uma pesquisa do Instituto Real Time Big Data, encomendada pela Record, indicou um empate técnico entre Remi Filho (MDB) e Caubi Freitas (Podemos), com Eduardo Oliveira (PP) em desvantagem. No entanto, pesquisas locais em Alagoas apresentam um cenário diferente, com Caubi Freitas em terceiro lugar, atrás de Eduardo Oliveira, e a soma dos percentuais de Caubi e Eduardo abaixo do de Remi Filho. Essas discrepâncias levantam questões sobre a confiabilidade dos dados.
Outro caso relevante envolve uma pesquisa realizada pela 100%Cidades em parceria com a Futura Inteligência e publicada pela Revista Exame. Em Maceió, os números mostram JHC com uma liderança confortável de 69% das intenções de voto, seguido por Lenilda Luna (Unidade Popular) com 7,8%, Rafael Brito (MDB) com 6,1% e Lobão (Solidariedade) com 1,2%. Esses dados contrastam com os resultados de pesquisas conduzidas por institutos locais, sugerindo que pesquisas nacionais podem estar sendo usadas para moldar a opinião pública em vez de refletir a realidade.
Ambas as pesquisas são registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seguem os parâmetros técnicos, como nível de confiança de 95% e amostras representativas. No entanto, as discrepâncias significativas entre os resultados e os dados locais indicam que a verdade pode ser uma das primeiras vítimas no tumulto das campanhas eleitorais. Confiar cegamente nos números pode ser prejudicial ao processo democrático.
Além disso, em Maragogi, uma decisão judicial determinou a suspensão parcial de uma pesquisa vinculada à candidatura de Dani da Elba (PP) à Prefeitura. A juíza Lívia Maria Mattos Melo Lima ordenou que o Instituto DataTrends complemente a pesquisa com informações adicionais, incluindo o número de eleitores pesquisados por setor censitário, dados sobre gênero, idade, grau de instrução e nível econômico dos entrevistados. A decisão estabelece o prazo até 16 de agosto para a apresentação dos dados complementares.
A pesquisa havia sido questionada pela coligação “Maragogi Vai Voltar a Sorrir” (MDB e PSB), que apontou a utilização de dados desatualizados. O Instituto DataTrends deve cumprir a decisão imediatamente e apresentar defesa em 48 horas, caso contrário, o Ministério Público será consultado para as próximas providências.