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Estudantes da rede produzem série de autobiografias e poesias

Jornal poético é produzido mensalmente e declamado pelos próprios autores em apresentações no pátio da escola

A escrita é uma ferramenta de expressão que nos propicia o registro de ideias, conhecimentos e histórias. Pensando nisso, para exercitar a escrita, alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) da Escola Municipal Orlando Araújo, localizada no bairro da Ponta Verde, começaram a contar suas histórias através de poesias e biografias publicadas em formato de jornal e livreto.

Foto: Mauro Fabiani

Rita de Cássia, professora do EJAI há mais de 25 anos, é responsável pelos projetos e conta que, no livreto, os alunos relatam onde nasceram, como foram suas infâncias, suas adolescências, por que pararam e por que voltaram a estudar.

“No quarto bimestre da sexta fase nós estudamos os gêneros de biografia e autobiografia. E é a partir da revisão das estruturas desses gêneros que proponho então que eles escrevam sobre suas histórias de vida”, explica.

De acordo com a professora, as produções têm início a partir da leitura de biografias de figuras ilustres como Monteiro Lobato, Cora Coralina e Machado de Assis. “Porque além de trabalhar a escrita e a estrutura do gênero biográfico, o projeto tem como objetivo estimular os estudantes a valorizarem as suas próprias histórias de vida e a continuarem seus estudos”, destaca.

Rita diz que considera a revisão dos textos como um dos pontos mais importantes do processo de produção dos livretos. Foto: Mauro Fabiani / Ascom Semed

Rita diz ainda que considera a revisão dos textos como um dos pontos mais importantes do processo de produção dos livretos, por ser o momento que lhe dá a chance de perceber as necessidades de seus alunos em relação à escrita e a partir disso auxiliá-los de forma mais efetiva antes de qualquer publicação.

Ao compartilharem suas histórias, os alunos se reúnem, dialogam e refletem através de um processo de reconhecimento de suas trajetórias até ali.Como toda prática pedagógica está alicerçada em uma determinada concepção, as escolas da rede municipal de Maceió têm como referência a concepção dialógica de Paulo Freire. Então todo trabalho desenvolvido no espaço escolar deve partir da escuta e do diálogo entre professor e aluno”, declara ela. 

A professora complementa, diz que é justamente a partir desse diálogo que o professor passa a conhecer a realidade do estudante e construir um saber que leve em conta as suas necessidades, buscando tornar a escola um local acolhedor e ideal para que os alunos se sintam confortáveis para errar, se expressar e trocar conhecimentos sem serem julgados.

Maria Luzia da Silva Alves, aluna da sexta fase, foi uma das participantes do projeto de poesias, que acontece de forma paralela às atividades do livreto de autobiografias. “Foi um momento de grande emoção ao ver na folha, né? O poema que fiz estava lá, no jornal poético da escola, foi emocionante! Gostei muito”, comemorou.

O jornal tem uma estrutura simples e também é organizado pela professora Rita de Cássia. Os textos são escritos durante as aulas, em versos com rimas e em versos livres. Seguindo letras de músicas e outros poemas como referência.

“Ao ler as biografias percebi que havia muita dor nas histórias narradas, então resolvi levar mais poesias para a sala de aula. Desde então nós recebemos apoio da coordenadora Josefa Correa e da direção para divulgarmos as produções. As cópias são distribuídas para os dois segmentos da EJAI. E quando fazemos apresentações no pátio da escola, abrimos espaço para a leitura dos poemas”, completa.

Caio Roque (estagiário) / Ascom Semed

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