OPERAÇÃO SEM LIMITES –

Saiba como funcionava o esquema de roubo e venda de veículos em Maceió e outros estados
Na madrugada desta quarta-feira (30), três pessoas apontadas como líderes de um grupo que furtava veículos dos pátios do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), em Maceió, e revendiam, foram presas durante a Operação “Sem Limites”, da Polícia Civil Militar de Alagoas (PCAL). Cerca de 27 veículos já foram recuperados.
Segundo o delegado Wladney José, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), os suspeitos frequentavam os pátios dos órgãos, escolhiam os veículos que seriam furtados, identificavam seus proprietários e, a partir dessas informações, iniciavam o processo de falsificação de documentos. Os automóveis furtados eram revendidos, desmanchados ou desviados.
“O grupo agia com rotina. Há muitos veículos que continuam circulando, outros já foram desmanchados, e alguns ainda não localizamos. O trabalho continua”, afirmou o delegado.
Sobre o possível envolvimento de funcionários dos órgãos, terceirizados dos galpões, pátios e até cartórios, a Polícia Civil investiga a participação de diversos agentes. “Eles foram identificados como os ‘comandos’ da operação, mas há muito mais pessoas envolvidas. Estamos investigando terceirizados, despachantes, lojistas e autônomos para entender toda a dinâmica do esquema”, completou o delegado em coletiva.
O delegado-geral da PCAL, Gustavo Xavier, destacou que a investigação também foca no combate à fraude documental. “Foram identificadas procurações falsificadas, selos de cartório adulterados e outros documentos forjados. Esses papéis eram apresentados a responsáveis pela custódia dos veículos, que acabavam entregando-os aos criminosos. A apuração é recente, mas já se estima que mais de 50 veículos tenham sido furtados de pátios e locadoras”, reforçou.
Os três presos tiveram a prisão temporária decretada e devem passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (31). Após três meses de investigação, os trabalhos continuam para identificar todos os envolvidos e localizar veículos ainda em circulação ou que possam ter sido levados para outros estados.
As investigações apontam que a quadrilha também atuava em outros estados, como São Paulo, Pernambuco, Sergipe e Bahia. Há indícios de que os líderes da organização estejam nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.