Movimento no Restaurante Popular retoma patamar anterior à pandemia
Em poucos mais de 60 dias, foram servidas mais de 100 mil refeições
Todos os dias, ao longo dos últimos três anos, o comerciante Erik Silveira faz o mesmo percurso. Sai do ponto de trabalho, no centro de Maceió, e vai até o Restaurante Popular do Município para comprar o ticket que dá direito ao almoço comercial. Paga somente R$ 3,00 por uma comida que ele garante ser bastante saborosa. Com a retomada gradual do setor produtivo, o local tem sido bem frequentado e já recuperou o movimento registrado antes da pandemia. Em apenas dois meses, foram 100 mil refeições.
Um deles é justamente Erik. Ele conta que, diante da crise econômica, precisa trabalhar mais um pouco no comércio ambulante. Com as finanças no limite e sem tempo para preparar o almoço em casa, o trabalhador revela que a opção mais viável é o Restaurante Popular.
“Eu gasto muito pouco e, ao mesmo tempo, tenho direito a uma comida boa e saudável. Tem sempre salada e porções que me deixam farto. O local é bem limpo, o que me deixa ainda mais sossegado com a qualidade do alimento que estou comendo. Espero que o valor da ficha não aumente”, afirma.
A aposentada Maria das Graças Silva mora no Benedito Bentes e no dia em que foi abordada pela reportagem estava almoçando no Restaurante Popular pela primeira vez e assegura que a impressão que teve foi positiva.
“Vim ao comércio fazer umas compras e pagar uns boletos. Como o tempo passou e estava aqui perto, percebi a movimentação e resolvi comprar a ficha. Fiquei bem satisfeita. Vou voltar, com certeza”, promete.
O espaço ainda não está com 100% da capacidade liberada por conta das regras de distanciamento social, mas os clientes que optam pelo serviço asseguram que saem plenamente satisfeitos, citando a qualidade do alimento servido e a relação custo-benefício, sendo a melhor para quem deseja ‘encher a barriga’ com pouco dinheiro.
Os usuários podem almoçar no local, seguindo todas as normas do protocolo de segurança sanitária, como uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos.
Lá, são servidas 1.500 refeições por dia, o que equivale a meia tonelada de alimentos que são preparados. O almoço comercial inclui acompanhamentos de suco e sobremesa. Basta pegar a senha a partir das 10h. O restaurante começa a servir as refeições das 10h30 às 14h e está localizado na Rua Barão de Maceió.
Os funcionários garantem que as refeições seguem os critérios técnicos nutricionais no manuseio, preparação e oferta dos alimentos. Contando com o apoio de dois nutricionistas e dois técnicos, o cardápio do restaurante segue todas as normas de qualidade previstas. A seleção do menu é feita de forma cuidadosa, pensando nos alimentos necessários e ricos em proteínas.
“São refeições saudáveis, que estão dando dignidade às pessoas; sobretudo para quem só pode pagar pouco. Isto é dar dignidade e respeito à nossa gente”, comentou o prefeito JHC, que já almoçou por lá e aprovou a comida.
O equipamento social funciona por meio de um convênio entre a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) e a empresa Maria de Jesus Cerqueira e CIA Ltda, no qual o Município custeia parte dos recursos da alimentação e a instituição administra o espaço.
Responsável pela prestadora do serviço, o empresário Carlos Eugênio informa que nesta fase de retomada da economia na capital, o restaurante tem registrado aumento significativo na quantidade de frequentadores. E revela que o local recuperou o movimento de antes da pandemia, mesmo com a redução da capacidade de lotação.
“Abrimos para vender as fichas e quase sempre não estamos conseguindo chegar às 14h. Até lá, todos os tickets já estão vendidos. Estamos com grande número de clientes desde julho, justamente quando a pandemia começou a dar sinais de trégua em Alagoas”, destacou o empresário.
Ele adianta que o espaço tem potencial e conseguiu manter a qualidade das refeições servidas. “Para o futuro, a nossa perspectiva é melhorar ainda mais o serviço, para garantir o atendimento de excelência à população de Maceió”, frisa Carlos Eugênio.
Thiago Gomes / Secom Maceió